Hoje estive a ver os episódios 10 e 11, da 11ª temporada da Anatomia de Grey. Nestes episódios, para quem ainda não viu, o casal April e Avery descobrem que o seu filho tem uma malformação incompatível com a vida. Ou seja, o bebé quando nascer, não tem hipóteses de sobreviver.
Infelizmente estas situações, são mais frequentes do que imaginamos. Eu, só comecei a ter noção disto quando comecei a trabalhar no serviço de obstetrícia.
Agora, como se lida com a dor de perder um filho, ainda antes de ele nascer??
Não imagino, mas tenho assistido a algumas destas situações e se a mim me deixam angustiada, imaginem aos pais.
Estar grávida e, de repente, descobrir que o nosso filho está morto ou que não tem condições de viver. Deve ser uma dor inqualificável. Penso que fazer o luto daquela criança que se imaginou, com que se sonhou, que se amou, mas que nem se chegou a conhecer, é muito mais complicado e difícil de ultrapassar.
E se é difícil quando isto acontece naturalmente, imaginem o que é ter de decidir interromper uma gravidez, decidir que o coração daquele ser tão desejado tem de parar de bater e a seguir entrar em trabalho de parto, para que ele possa "nascer". Só vos digo é devastador, eu como enfermeira fico sem saber como ajudar e como mãe fico arrasada. Não existe, forma de amenizar essa dor, só podemos estar lá e ouvir, apoiar e chorar com esses pais aquela perda.
No episódio 11, o casal decide induzir o parto e deixar que o filho "morra" naturalmente, quiseram ter a oportunidade de pegar, baptizar e amar aquele filho, fosse pelo tempo que fosse.
Se facilita o luto, não sei! Já tive pais que quiseram ver o seu filho, outros não. Cada um reage de maneira diferente e nem imagino como reagiria numa situação destas. Nunca é fácil falar da morte, muito menos na morte de quem ainda não nasceu.
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