O Caminito del Rey, algo que nunca tinha ouvido falar até o mais que tudo ter a ideia de o fazermos nestas férias em Andaluzia, Espanha. Depois de ver imagens do dito percurso, a minha primeira reacção foi: "nem pensar!". Tenho vertigens, sofro do cardíaco (a minha taquicardia) e os miúdos são pequenos, foram os meus argumentos. Algo que não demoveu o rapaz de me convencer.
Então o que é isso do Caminito del Rey, que tanto me assustava?
"O Caminito foi originalmente construído entre 1901 e 1905, e usado para transportar materiais e pessoas entre duas centrais de energia que foram instaladas de ambos os lados do desfiladeiro El Chorro. Mas só em princípios dos anos 1920 é que o rei Alfonso XIII inaugurou oficialmente este sítio, tendo caminhado ao longo de toda a sua extensão e atribuindo-lhe a sua designação actual. Desde essa altura que o Camino se tornou numa das atracções emblemáticas de Espanha. O desfiladeiro de El Chorro (La Garganta del Chorro) é um lugar fantástico, com enormes muralhas de pedra que chegam a atingir 400 metros de altura e dispersas por três quilómetros de área. “El Chorro” pode ser traduzido livremente como “a torrente”, que é exactamente aquilo que acontecia a água enquanto se movia pela ravina estreita deste desfiladeiro. A diferença de alturas entre os dois reservatórios construídos em ambos os extremos do desfiladeiro ofereciam uma oportunidade única para captar energia hidroeléctrica. Um conceito que era quase revolucionário naqueles tempos. Não desfazendo a excelente ideia da electricidade, a atracção principal sempre foram os trilhos de cimento para caminhada de Caminito del Rey, que se prolongam por toda a extensão do desfiladeiro e se lançam sobre as suas encostas mais vertiginosas. Diz-se que a estrutura original foi construída por marinheiros, habituados a escaladas com recurso a cordas e a trabalhos perigosos que envolviam ficar suspensos sobre enormes precipícios. Registos não oficiais contam que certos prisioneiros, condenados à morte, estavam encarregues das tarefas mais perigosas. Os caminhos foram construídos com recurso a areia e cimento, e firmados no local por suportes de metal. Uns apoios de ferro foram colocados ao longo deste caminho não recomendado aos de coração fraco. O Caminito foi-se degradando ao longo dos anos e acabou mesmo por fechar no ano 2000 depois de várias pessoas terem morrido na sequência de quedas. Este perigo iminente e permanente tornou-se material de lendas e tem atraído alpinistas e entusiastas de adrenalina de todo o mundo. Muitas pessoas referem-se mesmo ao Caminito como o “caminho mais perigoso do mundo”. Esta é a aparência do Caminito em 2013, antes de ser reabilitado.
E esta é aparência depois de reabilitado.
Posto isto, e depois de muito pensar, lá me decidi aceitar fazer o percurso. Até porque há coisas que só se fazem uma vez na vida e temos de aproveitar. Os bilhetes muitas vezes esgotam e aconselham a adquiri-los com 2/3 meses de antecedência. O mais que tudo, lá procurou, por sorte conseguiu comprar para a semana que estamos de férias e a uma hora boa (9:30). Agora é esperar chegar o dia e partir à aventura. Depois partilho como correu 😉
Para mais informações, sobre percurso, reservas e bilhetes, passem no
site oficial.
Uma bela partilha com estas fases do Caminho em sua historia.
ResponderEliminarNos vide-o senti um frio na barriga Sissi.
Muita adrenalina passar por este caminho.
Belo passeio amiga.
Bjs